terça-feira, 29 de maio de 2012

Maceió


Maceió
 Cheguei em Maceió na noite do dia 03 de maio de carro com a Adriana, nossa grande amiga da Praia do Francês. Simpatia em forma de pessoa deixou o Diego bem a vontade em sua casa por uma semana. Comemos algo em um restaurante e depois ela me deixou no Hotel Tropicalis onde esperaria minha mãe e meu irmão Gabriel chegar de madrugada para passarem meu aniversário dia 07 e exterminar as saudades. Maravilha total. Família, conforto, roupa limpa, restaurante A La Carte, ar condicionado, café da manhã sortido, mamãezinha e tudo mais. Maceió foi onde eu e meu irmão Gabriel conhecemos o mar há 21 anos e termos esta oportunidade de conhecermos Maceió juntos novamente foi muito nostálgico. A orla de Maceió não é tão bonita como a de Aracajú, Rio de Janeiro e até Salvador, mas o mar é o mais azul e as jangadas dão um toque especial na paisagem. E foi em uma delas que fomos conhecer as piscinas tropicais com a maré baixa.

Jangadas de Maceió

Várias jangadas param em volta de um arrecife a mais de 1 km da orla, onde uma delas é o restaurante. Coitado dos garçons que ficam andando nadando com água até o peito levando bebidas e comidas para os turistas de um lado para o outro. O engraçado é que a hora em que os jangadeiros querem voltar pra costa é a mesma hora que eles falam que os tubarões passam por ali para fazer um lanche. Tudo em Alagoas é na base de muito humor inclusive a política. Há 21 anos nós vimos o Collor cheio de seguranças ao seu redor que tinha acabado de sofrer o impeachment. Dessa vez depois que minha família foi embora nos hospedamos na pousada Estalagem Flat do fotógrafo Tadeu que fez as famosas fotos da morte de PC Farias. Segundo ele nada do que a grande mídia soltou sobre o assunto é verdade, pena nós termos nos conhecido no último dia que ficamos por lá. Grande abraço Tadeu, os dias na sua pousada foram excelentes.
Café da manhã Pousada Flat Estalagem

Nós e o Tadeu

http://www.pousadaestalagem.com.br/

 Pegamos estrada sentido Praia do Toque e depois de 10 km de estrada uma pessoa para o Diego no meio da estrada para conversar. Ele explicou que poderíamos pegar a praia com a maré baixa ao invés de seguirmos pelo asfalto e perdermos 40 km de caminho. Mas antes nos levou na porta da casa de um amigo seu, um senhor de 60 anos de idade e muita disposição. Entramos em sua casa onde moram ele, sua atual esposa, 6 cachorros, acho que 6 gatos e um galo que compartilha até a mesa do café da manhã para lanchar um prato de milho. O galo inclusive já foi matéria de um jornal da televisão da emissora de nosso querido ex-presidente.

Sérgio e o ciclista da estrada

No quintal do Sérgio
 Na garagem uma Honda Biz que ele utiliza para fazer grandes viagens pelas Américas. Gaúcho, Sérgio já viajou mais de 2 milhões de quilômetros sobre duas rodas e cerca de 600.000 km em cima de uma biz. Nos mostrou várias matérias de jornais noticiando sua viagem bastante diferente, sendo a mais curiosa delas o trajeto do Rally Dacar em cima de uma 100 cilindradas, com mala e mulher na bagagem; realmente impressionante. Sérgio insistiu para nós dormirmos em sua casa para partirmos no dia seguinte e assim o fizemos. Comemos um delicioso peixe na praia, conhecemos uma ONG que incentiva a cultura local, a Casa de Cultura ministrada por uma senhora muito cuidadosa.

Pedalar é preciso e o casal Honda Biz

Casa de Cultura - Maceió - AL

Casa de Cultura - Maceió - AL

Casa de Cultura - Maceió - AL

Casa de Cultura - Maceió - AL

Casa de Cultura - Maceió - AL
De noite a Adriana veio nos encontrar para nos despedirmos mais uma vez. Foram poucos dias mais bastante intensos, esperamos nos rever várias outras vezes Dri, tudo de bom nas suas empreitadas em Alagoas. No outro dia acordamos com o despertador vivo e Sérgio havia preparado um café da manhã cinco estrelas para nos prepararmos para mais um dia de pedal. Fotografamos, filmamos, lanchamos e partimos.
Galo na mesa de lanche

Biz pedindo pra sair

Dia da despedida
 Ficamos de encontrar o casal aventureiro na estrada em mais uma expedição em junho. Aguardamos vocês...

terça-feira, 22 de maio de 2012

Praia do Francês


Por Diego Minduim

Estávamos ansiosos para chegar à Praia do Francês, em todo caminho falavam muito bem da praia, e realmente é muito linda, tudo que falaram ainda foi pouco. Passei 8 dias por lá, apesar das histórias de tarados no coqueiral e de assaltos pela região (histórias sempre comuns pelo Alagoas), nada consegue tirar a beleza do lugar. No fim de semana é um pouco mais conturbado por ser muito próximo a Maceió, a praia fica cheia, suja e cheia de ambulantes e pedintes, o que ofusca um pouco a beleza do lugar. Chegamos perto do fim de semana e no começo não gostei muito, mas foi só a praia ficar vazia que comecei a mudar de ideia completamente.

Praia do Francês
O litoral do Alagoas é muito lindo, um dos motivos é o azul esverdeado do mar (ou seria verde azulado?!?!) e também na maioria das praias existem arrecifes, formando piscinas naturais de uma temperatura sem igual, muitos mas muitos coqueiros e sempre uma areia fina e branca. De todas as praias do litoral alagoano, a que mais gostei foi a do Francês, os moradores de lá são muito agradáveis também.



Chegamos e fomos logo aproveitar as piscinas naturais, saímos do mar e fomos ao restaurante Dona Madalena, e a própria Madalena que nos permitiu almoçar sua comida maravilhosa. Conhecemos nesse mesmo dia a Cassia, o Leandro e nossa mãezona, Adriana.

Restaurante da Dona Madalena
Nossa história com a Adriana é a seguinte, em Itacaré conhecemos o Joaca, ele disse que conhecia uma mulher na Praia do Francês que poderia dar uma força pra gente, e durante os 2 meses que se passou entre as cidades, não esquecemos o nome dela. Ainda não tínhamos perguntado nada sobre a Adriana para ninguém, estávamos almoçando e de repente apareceu uma mulher dizendo que era de Goiânia e que tinha se simpatizado com nossa viagem, oferecendo assim um canto para dormimos, de repente ela disse seu nome, era a tal Adriana, ai foi só alegria. Acho que pensamos tanto nela para não esquecer seu nome que acabamos atraindo ela naturalmente.

Adriana
Eu e a Dri nos longos papos na cozinha
Ela é uma pessoa maravilhosa, energia total, não é fácil acompanhar seu ritmo, mas contagia demais, ninguém fica parado perto dela. Eu estava muito cansado antes de chegar ao Francês devido ao desgaste dos dias que se passaram, descansei muito lá, mas sempre acompanhava ela na praia, correndo, nadando, caminhando... e olha que ela não é mais uma mocinha, apesar de parecer muito.


Maceió visto do Francês

Enquanto isso o André foi para Maceió, sua mãe e seu irmão Gabriel estavam lá. Eles passaram um dia no Francês e nos encontramos por lá, pegamos uma prainha e almoçamos juntos, logo voltaram para Maceió. Depois que o André se despediu da mãe e do irmão ele voltou para o Francês e passamos mais uns dias lá. Eu fiquei nesse trajeto Francês-Maceió alguns dias, um deles foi para ver o show do Midnite, reggaera das Ilhas Virgens, fomos eu, André e o Gabriel, o show foi bom, o problema foi ter que esperar até o primeiro ônibus passar para voltar pro Francês.

Almoço em família, comemorando o aniversário de 27 anos do André
Midnite
Sentado no ponto esperando o ônibus passar...
Foi muito boa nossa passagem pelo Francês, todos nos trataram muito bem, agradecemos e deixamos um abraço a todos. Agora para Adriana, não temos palavras para agradecer tudo que ela fez por nós, deixamos aqui um beijo e um abraço bem apertado pra ela, ainda vamos nos encontrar por ai Dri.

Dona Madalena e Adriana
Nos despedimos dela e seguimos viagem com destino a Maceió.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Pirambu até Barra de São Miguel


Por Diego Minduim

De Aracaju para Pirambu foram 54 km em uma estrada repleta de dunas, com vista para o mar e bem plana. Chegamos ao final da tarde, demos uma volta pela cidade e achamos uma padaria de um paulista elétrico, comemos muito e fomos para o posto de gasolina da cidade onde passaríamos a noite. No outro dia antes de pegar a estrada, voltamos à padaria e fizemos mais um lanche reforçado. Agora sim, tudo pronto.
Estrada para Pirambu
Pôr do sol

Para evitarmos a rodovia BR e cortarmos um bom caminho, pegamos 50 km de estrada de terra, diga-se de passagem, uma das piores estrada que já pegamos. Tinha poucas subidas mas em compensação, muita costela de vaca, e para completar o conjunto as vezes aparecia areia no caminho. Depois de pedalar 24 km chegamos a Lagoa Grande, uma água caliente, ótima para um banho onde nos revigoramos e depois voltamos para estrada.
O André sofrendo na estradinha
Lagoa Grande
Lagoa Grande

Chegamos a Brejo Grande, já divisa com o Alagoas, conseguimos um barco que nos levou até o outro lado por 10 reais. Desembarcamos em Piaçabuçu, cidade na beira do Rio São Francisco, dormimos no estacionamento da prefeitura, em frente à delegacia. De manhã fomos atrás de uma padaria e pedimos informação para os moradores, um senhor conhecido como Alô-Alô nos deu café e leite, sua vizinha nos deu pão com ovos, um ótimo começo de estado.

Na divisa entre Sergipe e Alagoas
Piaçabuçu
Algo que estranhamos ao chegar ao Alagoas foi os avisos que o pessoal nos dava em relação a segurança; a maioria das pessoas que encontrávamos dizia para termos cuidado nas estradas e de maneira alguma pedalar a noite. O litoral sul do Alagoas tem poucas cidades e muita plantação de cana, as estradas que passam no meio do canavial são desertas.

Pedalando no meio do canavial

Escutamos os conselhos e partimos rumo ao Coruripe, chegamos à praia Miaí de baixo e conseguimos um almoço, ficamos pouco tempo lá devido ao arrocha que estava tocando no máximo. Com a praia bem movimentada decidimos seguir viagem e fomos até a praia Miaí de cima. Apesar de estar tocando as mesmas músicas que a outra praia, o clima estava mais tranquilo.

Praia Miaí de Cima
Saí em busca de um lugar para passarmos a noite e conheci a Peixada da Maria, a própria Maria me recebeu muito bem e então fiz meu segundo almoço, uma moqueca maravilhosa. Maria foi muito agradável conosco e permitiu que ficássemos no restaurante dela. Acordamos e ela estava de saída, mesmo assim nos deixou um ótimo café da manhã.

Acampamento no restaurante

Maria Simpatia

Peixada da Maria

Seguimos viagem pela rodovia AL-101, em muitos lugares víamos o lindo mar de Alagoas ao nosso lado. Paramos para almoçar na simpática cidade de Jequiá da Praia, conseguimos um belo almoço na Peixada do Sebal, na beira do rio. O André foi logo pulando no rio e não demorei muito para acompanha-lo.

Seu Sebal
No restaurante do seu Sebal em Jequiá da Praia
Quando voltamos a pedalar, a estrada virou uma montanha-russa no meio do canavial, subindo e descendo sem parar. Andar pelo canavial é um pouco assustador, sempre deserto e de vez em quando aparecia um carro todo queimado na beira da estrada. Olhamos para frente e a chuva estava chegando, aceleramos para não molharmos mas não adiantou, eram várias nuvens, passávamos uma e vinha outra nuvem carregada, fomos parar no mirante da praia do gunga. O lugar é incrível, só não foi melhor por causa da chuva que estava tampando tudo.

No canavial é tenso, olha o carro do lado esquerdo
Mirante do Gunga
Faltavam ainda 10 km para chegarmos a Barra de São Miguel, assim que a chuva acalmou seguimos viagem. Fomos chegar já de noite, na entrada já conseguimos uma janta, comemos e fomos atrás de um lugar para descansar. Em uma das ruas fui parado pelo Fábio, ele perguntou sobre as bicicletas, contamos a história e então ele nos convidou para passarmos a noite na casa dele. Uma linda casa próximo ao mar, bem decorada e com uma piscina maravilhosa. Muito obrigado pela atenção Fábio. Levantamos cedo, tomamos um bom banho de piscina, arrumamos a tralha e seguimos rumo a famosa Praia do Francês.

Casa do Fábio
Barra de São Miguel



quarta-feira, 16 de maio de 2012

Aracaju



Aracaju

  Mangue Seco contatei vários ciclistas aracajuanos pelo Facebook, mas não tínhamos arrumado nada certo para nos hospedarmos na capital. Pegamos uma canoa bem estreita e em poucos minutos estávamos em Sergipe.


Partindo de Mangue seco

Sentido Sergipe



Caminho para Aracaju

 Já era quase 16:00h, então aceleramos o pedal para pegarmos pouca estrada de noite. Paramos para uma alongada e para ligar as luzes sinalizadoras depois de duas horas de pedal intensas. Um senhor muito bondoso presenteou-nos com dois pacotes de bolachas para seguirmos estrada. Já escuro esticamos o pedal com velocidade média de 23 km/h e com um olho no retrovisor e o outro no acostamento ruim fomos em um ritmo rápido até entrarmos no município de Aracaju. Quando achávamos que estávamos chegando vimos uma placa dizendo “30 km para o centro”. Isto desanimou um pouco, mas mantemos o ritmo. Liguei para a Mônica, que organiza o grupo de ciclistas Aracaju pedal livre, para ter certeza do caminho e ela disse que estávamos na direção certa.

Ciclovia em Aracaju

 Chegamos cerca de 20:00h em uma cidade muito bonita e organizada á primeira vista. Uma orla agitada, cheia de bares e restaurantes, com ciclovia em quase toda sua extensão. Fundada em 1855, Aracaju é a primeira cidade planejada do Brasil e é a que tem o maior número de ciclovias por habitante. É a cidade com a menor desigualdade do nordeste e como foi toda aterrada, boa parte da cidade fica abaixo do nível do mar, não venta muito e faz bastante calor. Outro ponto a ser ressaltado da capital é que é a cidade com os hábitos de vida mais saudáveis do país e a capital com menor índice de fumantes, segundo o Ministério da Saúde. Very good. Conversamos com um Boliviano andarilho que nos deu as coordenadas necessárias para não sermos roubados na cidade, e então fomos atrás de um rango. Conseguimos a melhor “quentinha” da viagem, com bacalhau, filé mignon ao molho madeira e uma lata de Pepsi cola sem igual. No meio de nosso jantar revimos um argentino, que está viajando a América do Sul em um trailer, que conhecemos na Praia do Forte. Ele nos viu chegar na cidade e foi de encontro a nós. Colocamos as conversas sobre a política populista de Cristina Kirchner e então a Mônica apareceu também, junto com o marido e amigos. Conversamos um pouco e eles continuaram o pedal na orla.

Ciclovia em Aracaju

 Tentamos arranjar cortesias nas pousadas e no meio de algumas tentativas, o ciclista Rafael me ligou e disse que arrumaria um local para nos hospedarmos naquela noite. Ele nos encontrou na orla e deu a ideia de dormirmos na casa de sua sogra. Ficamos meio sem jeito de aceitar o convite embora seguimos para lá. O pneu do mindu furou duas vezes e então chegamos no condomínio. Desmontamos as bagagens e deixamos as bicicletas do lado de fora, sem tranca, pela primeira vez. Dormi mentalizando o possível barulho que fariam ao tentar larapiar minha magrela para conseguir acordar e evitar o fim do mundo.

Rafael figuraça
  Acordamos lanchamos e conhecemos a namorada, que tinha quebrado o cotovelo m um acidente de bike com um caminhão e sua sogra que nos preparou um belo lanche. Um grande abraço a todos. Enfim seguimos com o Rafael para o centro onde ele ia fazer uma prova de concurso e nós precisávamos de uma loja de bike.

Cicloturismo em Aracaju

Conhecemos a loja Bike Magazine que nos presenteou com dois velocímetros, um jogo de pneus de boa qualidade para o Diego que estava realmente precisando, e câmeras de ar reservas para eventuais surpresas pelo caminho. A loja é referência em Aracaju e vende produtos mais populares, mas focam nas vendas de produtos top de linha. Um grande abraço ao Dijalma e muito obrigado pela atenção, simpatia e ajuda ao nosso projeto.


Eu, Djalma e Diego na Magazine Bike Show


Cicloturismo Aracaju


Seguimos para orla para conseguirmos uma cortesia em alguma pousada. Como era feriado do dia do Trabalho estavam todas bem cheias e não foi possível ficarmos hospedados em nenhuma delas. A última chance era o camping da cidade. Mas primeiramente paramos em um restaurante beira mar para almoçarmos. Por lá ficamos até de noite e conhecemos o dono do restaurante que estava com sua família. Todos são de Wenceslau Braz, pequena cidade do Paraná de onde nasceu um grande amigo nosso que mora em Goiânia a vários anos. Todas as mulheres eram lindas e os homens bastante simpáticos. De noite eles nos convidaram para tocar violão na mesa deles e depois de apreciar algumas cachaças, foi a vez de um maravilhoso peixe vermelho sem igual na face nordestina da terra. Foi uma noite muito boa.

Jantar no Restaurante
                         
Paranaenses de Acaraju
    Seguimos para o camping e conseguimos encostar para o dia seguinte. Acordei cedo, dei uma última volta na orla, fui ao shopping, comprei uns livros de supermercado e encontrei o Diego para arrumarmos nossas coisas, almoçar e seguir viagem. O Rafael nos ligou, ofereceu um almoço de despedida na casa da sogra e foi pra lá que seguimos. Comemos um belo almoço caseiro com um suco delicioso de jenipapo e junto com o Rafael colocamos as rodas na estrada sentido lagoa redonda. Nos despedimos na saída da cidade, após a ponte. Rafael, abração meu velho! Os dias que passamos em Aracaju foram bem tranquilos graças a você.


Camping Aracaju


Despedindo de Aracaju


 Bateremos o ponto em Pirambu e então atravessaremos o estado de Sergipe...