quinta-feira, 31 de março de 2011

Cicloturismo Goiânia - Ribeirão Preto


por: Diego Minduim

No dia 23 de Fevereiro realizei uma cicloviagem saindo de Goiânia com destino a Ribeirão Preto. Cheguei em Ribeirão Preto no dia 03 de Março, totalizando 9 dias de viagem. Foram quase 700 km percorridos passando pelas cidades de Piracanjuba, Caldas Novas, Corumbaíba, Araguari, Uberlândia, Uberaba e São Joaquim da Barra.


Pedalava sempre entre 6 da manhã e meio dia, com excessão dos dias que pedalei mais de 100 km. O percursso foi feito dessa maneira:

1º dia - 96 km - Piracanjuba
2º dia - 90 km - Caldas Novas
3º dia - 55 km - Corumbaíba
4º dia - 90 km - Araguari
5º dia - 60 km - Uberlândia
6º dia - 115 km - Uberaba
7º dia - descanso
8º dia - 105 km - São Joaquim da Barra
9º dia - 80 km - Ribeirão Preto

A distância foi considerada de onde eu saí até onde parei de pedalar. Escolhi esse caminho justamente por ter parentes e amigos em quase todo percursso. Queria agradecer a todas as pessoas que me receberam em suas casas, fui muito bem acolhido por todos, não vou citar nomes pois são muitas pessoas. Obrigado pela paciência e atenção que tiveram comigo.

Quando se está viajando de bicicleta as pessoas nos vêem com outros olhos, alguns te acham louco, outros te apoiam, mas sempre despertando curiosidade por onde passa. Chegar em uma cidade de bicicleta carregado de bagagem sempre irá despertar a atenção de qualquer um.

Não tive problemas durante o caminho, algumas trocas de pneus, mas nada que não fosse fácil de resolver. Passei por belas paisagens, algumas serras e vários rios, abaixo algumas fotos...

Serra de Caldas Novas
Serra em Corumbaíba

Em cima da serra indo para Araguari
Amanhecer em Uberlândia

Abaixo está um vídeo quando estava chegando na divisa GO-MG.



Esta viagem foi um treino para ver o quanto estamos preparado para realização do projeto. Planejamos fazer outra viagem de treino em breve. O importante é ver que estamos nos organizando corretamente, planejando tudo para que a viagem aconteça da melhor maneira possível.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Comprar no Paraguai


por: André Tchola


Ciudad del Este é uma loucura! Você consegue adentrá-la sem documento nenhum. É mais fácil que entrar em boate quando se é de menor. Lá dentro você tem que andar como se a conhecesse mais que o seu quarto, porque se andar procurando onde ir, logo ouvirá algo do tipo "amigo" com entonação camarada, "o que estás procurando" com entonação solidária. E ao compartilhar o mesmo espírito solícito, irá começar o jogo capitalista mais agressivo que eu já vi. Qualquer coisa é válida para atingir o objetivo de passar o dinheiro das mãos do turista para a mão dos paraguaios. Nota fiscal é luxo e gasta papel!

Na ponte da amizade podemos ver uma corrida de mulas em ambos os sentidos. No sentido Foz-CDL a corrida é livre, mas do Paraguai para o Brasil a corrida é de obstáculos e com carga no lombo. Daí divide-se em modalidades: sebo nas canelas, "vanmos" nessa, moto-taxi sem cabeça ou socorro meu taxi sumiu. Que correria! Pode-se perder tempo na receita, derrapar na declaração de compras e perder muitos pontos. Todos os atalhos são perigosos, a corrida já é feita a 50 anos e as regras não mudaram.

Aventure-se com moderação, o concurso da receita é um dos mais concorridos do Brasil. Tive a infelicidade de pegar o caminho da esquerda onde ficam os que passam da cota. Toda a bagagem é revistada, se não tiver a cara da nota fiscal ela é recalculada com base em uma pesquisa no google sobre o seu possível preço em dólar, levando em conta o mesmo modelo ou um genérico. Um exemplo: vamos supor que você compre o jornal de ontem e o profissional seríssimo da receita não sabe seu preço e não o encontra no Google. Ele terá que usar o bom senso. Se ele achar que você comprou pano de bunda você terá sorte, pois o preço baixo declarado do jornal será similar ou até maior do que o possível preço do higiênico; mas se o fiscal achar que é o mapa da mina você estará encrencado. Ele poderá dar o preço que bem entender e todo o valor da compra que passar U$300,00 será divido por dois e somado com R$98,00. Essa é sua multa por não ter cara de paisagem.

A guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice aliança no séc. XIX pelo controle da região do Rio Prata, dizimou ¾ da população do País. Os homens quase foram extintos, lá mulher é mato e o desgosto por brasileiro, argentino e uruguaio também.

"... as perdas humanas sofridas pelo Paraguai, são calculadas até em 300 mil pessoas, entre civis e militares, mortos em decorrência dos combates, das epidemias que se alastraram durante a guerra e da fome. Esses números são porém considerados excessivos, considerando-se que a população do país na época não chegaria possivelmente ao meio milhão de habitantes. A derrota marcou uma reviravolta decisiva na história do Paraguai, tornando-o um dos países mais atrasados da América do Sul, devido ao seu decréscimo populacional, ocupação militar por quase dez anos, pagamento de pesada indenização de guerra, no caso do Brasil até a Segunda Guerra Mundial, e perda de praticamente 40% de seu território para o Brasil e Argentina. Após a Guerra, por décadas, o Paraguai manteve-se sob a hegemonia brasileira."

A realidade do país é cruel, e muitos turistas brasileiros passam apenas pela maior 25 de março do mundo (o PIB da Ciudad del Este corresponde a cerca da metade do país). Esquecem-se da capital Assunção que faz fronteira com a Argentina. Fundada em 1537, é a segunda metrópole mais antiga da América do Sul. Uma cidade histórica que cabe no roteiro turístico de muitos viajantes. Muy Bueno.

Conheça o Paraguai e se for fazer compras lembre-se de não avisar ninguém. Pedalar é preciso...


sábado, 19 de março de 2011

Desescolha




Tem dias que algo acontece por dentro e se conseguir extrair, coloca a roda em movimento. O caminho e o tempo são infinitos para qualquer ponto de partida e se quiser ir mais longe do que suicidas, desista de todas as vidas e siga a que será sua. Ou contenha-se e chegue perto de qualquer coisa. Perto da certeza, da felicidade de qualquer coisa, qualquer coisa pode acontecer.
Se um dia acordar deitado, lembre que estás o mais próximo do prazer, e se não gostar de viver diferenças, a vida que não escolheu poderá se repetir para sempre. E lá na frente se ainda estiver deitado esqueça os prazeres superiores e espere tudo. Ou nada.
Toda escolha são inúmeras desescolhas e quem gosta de tudo de nada gosta. Quem não gosta de nada, não gosta das escolhas mas das desescolhas. O mais próximo que conseguirmos chegar perto de qualquer coisa, não será de fato algo novo, por onde passarão novas conquistas. Tal investida representará apenas uma tentativa nova. Mas como julgar o início ou o fim de algo? Simples. O início é qualquer energia cinética transformadora e o fim é o último horizonte. Sempre virão novas iniciativas enérgicas que mostrarão um horizonte cada vez maior e assim mostrarão que o fim é um palpite do infinito.
Então me levanto pra ver se minha sombra ainda não foi embora!


quarta-feira, 2 de março de 2011

Escarro



Andando pelas ruas de Goiânia vemos um rio de carros, sujos, barulhentos, fedidos, velozes e furiosos. Alguns lembram uma espaçonave, outros lembram carros de corrida, com adesivos e parafernálias para transformá-lo em um jato.

Símbolo de status, requerimento para o matrimônio, estilo de vida ou simplesmente transporte diário. Eles transformam o cenário de qualquer cidade, e muitas vezes como dois corpos não ocupam o mesmo espaço, acabam atropelando propriedades e direitos humanos á vida.

Como fugir desta máquina? Uma cidade sem metrô, com ônibus lotado e sem ciclovias não deixa muita alternativa. Rasgar um buraco de fora a fora desta cidade é caríssimo, colocar mais ônibus nas ruas ameniza o problema e a conta bancária da HP, abaixar a tarifa do taxi não mudaria em nada para a grande maioria de trabalhadores que vêm da periferia, de aparecida de Goiânia, Senador Canedo e imediações (eu não pago 20 contos para andar 8 km de jeito nenhum). Fazer ciclovias nos canteiros das principais avenidas melhoraria o trânsito com um custo muito baixo.

O grupo Pedal Goiano enviou um projeto de ciclovias para o prefeito e esperamos que ele nos responda rápido. Não queremos uma nova São Paulo, com viadutos horríveis (se aquele viaduto da t-63 não é o mais feio do mundo, é o segundo, ficando na frente do da praça do ratinho) e sinaleiros sem fim. A geografia plana de nossa cidade facilita o uso da bike como meio de transporte alternativo. É claro que ninguém vai por uma mocinha na garupa com a magrela mais cara do cerrado, mais com a prática do ciclismo constante poderás impressioná-la de outra forma. É óbvio que se precisas de cruzar a cidade diariamente a mil por hora, não precisa de uma bike precisa mudar de vida. Ou não! O que importa é que Pedalar é preciso...