segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Viajar é Preciso



Obrigado a todos que nos ajudaram nessa aventura pelo Brasil. Com certeza hoje somos pessoas diferentes daquelas que há mais de um ano e 3 meses saíram de Goiânia sobre duas rodas de tração humana em busca de um sonho de conhecer boa parte de nosso país. Queremos dividir nossa experiência com as pessoas através de palestras motivacionais em escolas, empresas, grupos de ciclistas e incentivá-las a fazerem uma viagem sem data de volta. Uma viagem interior de auto conhecimento, pois quando saímos de nossa zona de conforto, e nos colocamos em situações inéditas de dificuldades, aprendemos mais e com isso crescemos como pessoa. O mundo às vezes nos cobra respostas que não estamos preparados para dá-las pois mal conhecemos nós mesmos. E a principal maneira de se auto conhecer é sair de casa, de perto da família, dos amigos, de sua cidade e encarar o mundo enorme que está debaixo de nosso nariz. Pedalar é preciso, viajar é preciso, curtir a vida é preciso, sair da zona de conforto é preciso, e já!

Se alguém se interessar pela nossa história e quiser conhecê-la um pouco mais em uma palestra dinâmica e interativa entre em contato:

André Roriz:       (62) 8313-8557
                         andrepradororiz@gmail.com
Diego Mendonça: (62) 8195-1804
                          diegominduim1@gmail.com

Muito obrigado.


Pirenópolis - Goiânia




Cine Pirineus - Pirenópolis
Chegar em Pirenópolis de bike, descendo do Alto do Morro dos Pirineus depois de 450 dias longe de casa não tem preço. A descida é bem longa e termina com um pedaço de asfalto onde você consegue pegar uma velocidade ainda maior, para então uma subida leve até começar a andar em pedras calçadas por escravos do século XVIII. 

Serra dos Pirineus
 Nossa primeira parada foi na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, construída entre 1728 a 1732, a maior do Centro-Oeste e a mais antiga de Goiás. Ela foi restaurada de um incêndio em setembro de 2002 que quase destruiu por completo o prédio, deixando em chamas boa parte dos objetos antigos, imagens e pratarias. 

Igreja Nossa Senhora do Rosário - Pirenópolis
 Comemos um belo empadão goiano de frango com palmito e de sobremesa uma pamonha doce, foram muitos dias longe dessas iguarias. A próxima parada foi na casa do Newton amigo escalador do Diego que nos cedeu sua morada para ficarmos o fim de semana. Pegamos a chave com a vizinha e ficamos esperando ele e nosso amigo Pedro Ivo que pedalou com a gente por 1 mês na Bahia, voltarem da escalada. Pedro iria voltar conosco pedalando 125 km até Goiânia mas infelizmente ele torceu o pé na escalada do dia seguinte e o impossibilitou definitivamente. Que pena, seria bacana voltarmos nós três para relembrarmos as pedaladas no nordeste.

Casa do Newton
Dia seguinte nos despedimos do pessoal e ficamos aguardando a chuva que já chegou de manhã. Saímos quando o céu clareou e a primeira etapa seria a mais difícil da viagem, que era até Planalmira. Depois de subidas agudas já há 4 km de Planalmira vimos a chuva chegando cada vez mais perto e aceleramos ao máximo para fugirmos dela e pararmos para um lanche. Como de costume lá encostamos na Lanchonete da Trilha para fazermos um último lanche até Anápolis. No 2º round na estrada enfrentamos a chuva de vez, e não paramos nem pra pensar, continuamos em ritmo acelerado e sabíamos que tínhamos ainda uma bela subida até Anápolis para depois pegarmos longas descidas até Goiânia. Entramos pela Avenida Brasil que corta Anápolis no meio, ao invés da BR-153 e depois de chegarmos no ponto mais alto da cidade percebemos que iria começar a ladeira até Goiânia. Paramos para mais um lanche, ligamos para os amigos e familiares que estava organizando nossa chegada no Parque Flamboyant, inclusive com a presença da televisão. 

Chegando em Goiânia
Estávamos um pouco ansiosos e quando avistamos nossa cidade, a emoção foi grande. Mais duas subidas, a do Alphaville e a depois do viaduto da Anhanguera e recebemos um telefonema da equipe de TV querendo pegar uma tomada na estrada conosco. Eles passaram por nós e nos esperaram pouco mais a frente e depois que passei por eles vi que o Diego ficou pra trás. Lei de Murphy ou não, a corrente engarranchou há 20 metros da jornalista. Eles ficaram sem entender e resolveram começar a entrevista ali mesmo. Terminamos a primeira parte da entrevista e partimos para o Parque Flamboyant. Não sabíamos ao certo onde o pessoal estaria por isso o contornamos sentido anti-horário até que vejo meu primo sinalizando a direção do pessoal que começamos a ouvir os gritos de longe. Foi muito emocionante encontrar tantos amigos e familiares todos reunidos depois de tanto tempo. 456 dias – 10.000 km – 15 estados – Zero CO² Obrigado a todos que nos ajudaram nessa aventura.

Re-encontro com mãemãe

Comemorando a chegada

Família e amigos

A tchurma



sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Colinas do Sul - Niquelândia - Cocalzinho de Goiás


Serra da Mesa
Enfim nos despedimos de São Jorge e iniciamos mais uma jornada, agora para Colinas do Sul. 37 km de muita descida, só que muito mais leve, pois deixamos boa parte de nossa bagagem com nossos amigos em Alto Paraíso. Íamos pedalando e observando a chuva que se formava devagar por todos os lados do caminho. Até que cantei a pedra dizendo que após uma boa subida teríamos a chuva como recompensa. Dito e feito, terminamos a subida e começou o temporal. No início ficamos embaixo de uma árvore para ver se era uma chuva passageira, mais depois a copa rala da árvore do cerrado não mais nos protegia de nada. Seguimos encharcados e bem sujos até Colinas onde não conseguimos uma cortesia no primeiro hotel que paramos, mas sim no segundo cujo dono é um goiano que morou quase na mesma quadra que o Diego quando garoto. Coincidência ou não, Ricardo e sua mulher Camila nos abrigaram na belíssima Pousada Lua e Flor. Um casarão bem grande com um rio no quintal.

Descendo a Chapada dos Veadeiros

Pousada Lua e Flor

Pousada Lua e Flor
Nos acomodamos e tivemos várias conversas em comum sobre nossa querida cidade com nosso anfitrião. Jantamos dois sanduíches e dormimos para nos prepararmos para chegar em Niquelândia no dia seguinte, mas não sem antes conhecermos uma queda d'água da região e o maior lago artificial do Brasil, a Serra da Mesa. Muito conhecido entre os pescadores, o lago estava em um nível tão baixo que nosso amigo dizia ser possível encontrar varas e iscas artificiais nas margens do mesmo.

Colinas do Sul - GO

Reunião matinal

A ponte do rio que não caiu

Pousada Lua e Flor

Serra da Mesa - GO

Pedalamos mais de 90 km, passamos novamente pela dança da chuva e chegamos já de noite em Niquelândia, a capital do Níquel. Pelo caminho, mais uma vez fomos alertados que o crack está destruindo a mente da juventude, então para tomar cuidado com furtos no caminho. Chegamos e tentamos cortesias com diversos hotéis e pousadas e nada conseguimos. Meu pneu furou e após remendá-lo resolvemos depois de muito tempo pagar uma estadia confortável e segura.


Niquelândia - GO
Quarto mais barato do mundo
 Dia seguinte o pedal também não foi fácil. Chuva no começo, lanche em pé no supermercado com a canela molhando dos pingos e atraso na saída. Mas a frente quando paramos para almoçar ela veio novamente só que não foi embora, daí resolvemos seguir com ela caindo devagar. 10 km na frente uma caminhonete com uma carreta nos passou e parou uns 50 metros adiante com o pisca ligado. Imaginamos que era uma carona e não ousamos recusar, já que devido a chuva ter enrolado nossa saída e por estar chovendo aquela hora, optamos pelo conforto de uma 4 rodas com motor ao invés de chegarmos a noite molhados. O cara de Goianésia trabalhava com materiais de construção e devido ao seu funcionário que faz a entrega ter faltado no dia, ele mesmo foi entregar a mercadoria. Sorte nossa!

Carona na hora certa
Ficamos no trevo que vira para Cocalzinho ou segue para Goianésia, e pedalamos mais 25 km para chegarmos numa micro cidade de Goiás em direção a Cocal. Encostamos nossos corpos cansados em outro hotel para nos prepararmos para o dia mais difícil do pedal desta jornada. No outro dia finalmente chegamos em Cocalzinho que fica próximo do segundo ponto mais alto do Estado de Goiás, então tivemos grandes subidas e na última e mais longa recebemos o telefonema do Danilo “calouro”, que estava nos esperando. Ele junto com o Fernandim foram nos buscar na rodovia para mostrar o caminho da cocasa, casa que eles mais outro pessoal alugam para poderem dormir e abrigar suas coisas após escalarem na Serra dos Pirineus.

3 picos
Mais a tarde chegaram os demais integrantes; Danilo, Fernandim, Tiozão, Carolzinha, Samurai, Paula, Zé Barba, e todos juntos fomos fazer o night climb em um local que parece que foi feito para escalar. Levei o colchão e o estiquei até quase amanhecer o dia. O Diego ainda mandou um boulder V4 depois de tanto tempo sem trepar na pedra. O sol raiou, almoçamos todos juntos e marcamos de nos encontrar no topo da Serra dos Pirineus, para então de lá seguirmos para Pirenópolis.

Carolzinha, Tiozão, Danilo, Fernandim - Cocasa
Subidas intensas, uma atrás da outra até o pico onde era o encontro marcado. O pessoal agora estava escalando no famoso “Gueto”, local conhecido entre os escaladores da região, e em pouco tempo chegaram mais 3 amigas vindas de Goiânia, loucas para grudarem nas rochas.

Morro do Cabeludo
Morro do Cabeludo

Subindo a Serra dos Pirineus

O Gueto
O Gueto

Vista de cima do Gueto
Nos despedimos de todos e nossa próxima parada seria na famosa cidade de Pirenópolis, mas não sem antes pararmos no mirante sobre a cidade e rever a mesma paisagem que vimos quando fizemos nosso primeiro treinamento em julho de 2011, antes de pegarmos viagem.


Pirenópolis da Serra dos Pirineus
Foram 3 dias e 310 km. Saímos de Goiânia, dormimos no pé da Serra em Pirenópolis, subimos a Serra que na época foi o pedal mais difícil da minha vida, para dormir ao lado do rio em cima do Salto de Corumbá onde passei o maior frio da minha vida. Não consegui dormir e então pegamos o trecho mais longo no terceiro dia, de volta para Goiânia. Agora no alto da Serra dos Pirineus tínhamos que descer o que um dia foi um grande obstáculo, para então estacionarmos na nossa querida Pirenópolis, a última parada da viagem.

                                 


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Vila de São Jorge


Cachoeira das Cariocas - São Jorge 
Nossos amigos de Goiânia chegaram em Alto Paraíso para nos encontrar e então seguirmos pra São Jorge. Chegamos ás 3:00h na pequena vila, e tínhamos uma cortesia de uma noite na Pousada Palipalan, só que chegamos tarde e não havia ninguém na recepção. Após algumas tentativas que não deram certo, de chamar alguém, fomos dormir no quarto que os amigos alugaram.  Dia seguinte, como de costume em São Jorge, fomos a uma cachoeira. O Abismo que só tem água na época da chuva, e estava precipitando há dias.

Luís e Ary
No trajeto de carro passamos para uma estrada muito ruim, onde muitos carros não passavam e tinha que estacionar por ali, mas nosso bravo guerreiro Ary, veloz e furioso, atravessou sem problemas o caminho tortuoso para então estacionar no Disco Porto, um local que vendo de longe, sua forma se parece com a de um óvni. De lá começamos uma trilha de cerca de 1 km até a portaria da cachoeira, para então descermos mais um pouco até as rochas que formam uma escadaria de piscinas naturais com vista para a bela Chapada dos Veadeiros. Wonderful!

Disco Porto - São Jorge

Abismo - Chapada dos Veadeiros

Vista do Abismo - Chapada dos Veadeiros

Abismo - Chapada dos Veadeiros

Toda a galera

De volta a trilha
Resolvemos ver o pôr do sol em cima de uma antena no caminho de volta para São Jorge. Depois de subir algumas escadas nos encontramos no pôr do sol mais incrível da chapada, de lá se tem uma visão de horizontes infinitos em qualquer direção.

Antena - Chapada dos Veadeiros

São Jorge

Ary, Priscila, Gabriel, André, Mindu, Carla, Rogério, Fran, Zé

Desce daí

Chapada dos Veadeiros
 Já na vila comemos massas em um restaurante de um paulista estilo Spoleto, onde montamos nosso próprio macarrão e ainda podíamos repetir uma vez. De noite visitamos os lugares mais novos de São Jorge, que apesar de não poder crescer, se transforma constantemente. Sentimos no bolso a emoção, onde há uns 5 anos atrás as coisas eram muito mais baratas. Não sei se estávamos mal acostumados em gastar pouco na viagem, ou se o gasto é bem maior quando nos reencontramos com amigos antigos. Tivemos uma noite bastante longa com nossos amigos, Ary, Mary Jane, Rafaela, Priscila, Luís, Andréia e meu irmão Gabriel. Muita conversa pra por em dia e depois um festival de gargalhadas sem sono.
Dia seguinte fomos na Cachoeira Almécegas, no complexo de São Bento, quase chegando em Alto Paraíso, onde também iríamos pegar uma grana e almojantar em algum restaurante.
Tivemos sorte, pois quase pegamos uma chuva, mas rapidamente estávamos nos alimentando em um belo restaurante onde quase todos repetiram e desembolsaram um bom dinheiro pela comida especial, e o suco de limão com 7 ervas. Estacionado no outro lado da avenida, um veículo antigo bem parecido com aqueles que os hippies utilizavam todo pintado com flores e cores psicodélicas para viajar. Conhecemos o dono, um Argentino que junto com um espanhol e mais outras 6 pessoas, estavam viajando pelas Américas. Dá até uma vontade de investir numa dessas, mais passa rápido! Estava querendo mesmo é chegar em casa numa semana, rever minha família, amigos e começar a corrida do ouro novamente.

Vila de São Jorge

Vila de São Jorge

Vila de São Jorge

Vila de São Jorge
 Voltamos para São Jorge e curtimos mais uma noite boêmia, dessa vez com um forró no famoso Cavaleiro de São Jorge, um local muito bacana que curtimos muito. Sabíamos que chegariam nossas amigas Aline de Goiânia, Michelly e Paula de Sampa que conhecemos em Morro de São Paulo. O Diego as encontrou no sábado, mas elas foram dormir cedo e eu não as vi, e no domingo levantamos tarde e voltamos com o pessoal para Alto Paraíso para pegarmos nossas bicicletas e voltarmos para São Jorge na segunda feira, para curtimos mais uma noite com as meninas. Mas não sem antes nos despedirmos do Wes e de toda a tchurma em Alto Paraíso. Valeu galera!


Segunda pegamos enfim a estrada mais bonita do caminho, e quase que só descida. No caminho avistamos o Morro da Baleia e a paisagem característica do planalto central. Re-encontramos as meninas, e apesar do curto tempo que ficamos juntos, já que elas saíram 05:00h da matina do dia seguinte, deu pra colocarmos as conversas em dia e vermos mais um pôr do sol na antena.

Estrada para São Jorge

Estrada para São Jorge

Paula, Aline e André

André, Paula, Michelly, Diego

Chapada dos Veadeiros

Antena - Chapada dos Veadeiros

Diego e o Hippie playboy
Galera reunida
Grande abraço meninas, o próximo encontro deve ser na babilônia máster, totalmente diferente da pequenina e encantadora Vila de São Jorge. Nossa próxima jornada seriam mais 400 km até Pirenópolis...