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Nossa residência em Porto Seguro |
Saímos de Arraial no sábado dia 11, atravessamos a balsa e
depois fomos na busca do violão que estava sendo reformado. Chegamos à casa do
luthiero e ele estava viajando, só voltaria segunda-feira. Tivemos que ficar em
Porto Seguro esperando. Fomos direto para a barraca Sabor Goiano, onde o Renan
tinha acabado de voltar para trabalhar no carnaval.
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Eu e o Renan potocando |
Ficamos muito bem alojados na companhia de Renan, Socó e
Animal. A barraca era na praia, então dormíamos e acordávamos de frente pro
mar. Todo dia na hora do almoço o Socó preparava um bom rango, sempre com muito
pirão. Para não deixar a boca seca, comprávamos um litro de 51 (também conhecido
como All Rigth) e alguns limões para cair na caipira.
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Animal, Renan, Socó, Negão, André, Diego e Docinho |
Buscamos o violão segunda de manhã, a tarde, depois de mais
um almoço delicia e muito pirão, partimos subindo o litoral da Bahia. Primeiros
passamos em Santa Cruz Cabrália e pegamos uma balsa para Santo André. Demorou
um pouco para atravessarmos e a noite foi chegando. Descemos da balsa já no
escuro e continuamos pedalar na esperança de chegar a Belmonte. Quando passamos
pelo vilarejo de Santo Antônio decidimos que era melhor parar, dormir e seguir
no outro dia. Conversamos com alguns moradores que nos indicaram uma escola bem
tranquila para dormir. O lugar era suave, só que o banho foi realizado com um
cano que descia pouca água vinda direto do mangue. Levantei cedo para buscar o
pão e deixei André dormindo um pouco mais, comemos e logo estávamos na estrada
novamente.
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Coroa Vermelha |
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Santo Antônio |
Chegamos a Belmonte cerca de 11 horas da manhã, para
chegarmos em Canavieiras tínhamos que atravessar o rio em uma lancha. Tentamos
negociar com o barqueiro para dar um desconto, não conseguimos muito, pagamos R$
46,00 e fomos. O problema é que era exatamente tudo que tínhamos no bolso, o
próximo lugar para tirar dinheiro era somente em Ilhéus, a 120 km dali.
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Travessia em Canavieiras
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Travessia em Canavieiras |
Não esquentamos muito, depois de muito tentar conseguimos um
almoço em Canavieiras. Depois fomos conhecer as praias para dar um tempo do
almoço. A praia é extensa, com ondas e muitos coqueiros, é o começo da costa do
cacau. Em toda costa do cacau as praias tem muitas ondas e a areia bem fina,
deliciosa para se pisar. Descansamos um pouco e seguimos rumo a cidade de Una,
a estrada estava bem plana mas o pessoal já avisava das subidas. Para quem
pedalou 1600 km em Minas Gerais, no litoral não existe muitas subidas
assustadoras, mesmo assim foi cansativo, chegamos a Una quase à noite e logo
conseguimos um lugar para dormir, um posto de gasolina para variar. Sem
dinheiro tentamos uma janta, mas não rolou, acabou que a moça nos deu um
desconto e pagamos com cartão. Choveu a noite inteira, isso atrasou um pouco
nossa saída, estávamos a 90 km de Itacaré, cidade que planejamos para o
carnaval.
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Praia em Canavieiras |
Saímos cortando uma estrada com algumas serras e logo
estávamos vendo o mar de novo, entramos em uma estrada plana e aceleramos para
chegarmos nesse dia. No caminho passamos pela pequena e simpática Olivença, com
mais alguns quilômetros já estávamos em Ilhéus. André parou na praia dos
milionários e conseguiu um almoço em uma barraca chamada Narigas. O cara nos
recebeu e nos tratou muito bem.
Atravessar Ilhéus não foi fácil, o trânsito da cidade é
movimentado, sem parar de pedalar íamos perguntando o caminho de Itacaré. Na
saída de Ilhéus tem uma ciclovia de 10 km, depois de mais de 6 meses na estrada
foi nossa primeira ciclovia na rodovia.
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Ciclovia na saída de Ilhéus |
Muita gente falava sobre uma cidade no caminho chamada Serra
Grande, o nome não é por acaso, a cidade fica em cima da serra e tem um lindo
mirante no caminho. Paramos para tirar algumas fotos e logo chegou um fusca com
5 pessoas; eram Adventistas que trabalham na recuperação de viciados em
drogas. Um homem chamado Pascoal conversou muito conosco, disse que havia feito
uma viagem de 700 km de bicicleta pela Bahia há 15 anos. Foi um ótimo encontro,
nos deram frutas, um livro chamado A Grande Esperança e ainda nos compraram um
adesivo.
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Mirante em Serra Grande |
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Encontro saudável |
Veio a noite e o pessoal seguiu viagem, nós também,
continuamos subindo para Serra Grande, decidimos que era melhor continuar
depois de uma noite de descanso. A cidade é pacata e o clima muito agradável.
Estávamos morrendo de fome e fomos atrás de uma janta, não conseguimos encontrar
um restaurante aberto e a dona de um restaurante fechado nos indicou uma mulher
que podia nos ajudar.
Era a Andréia, dona da pousada Wunderbar, chegamos e
pedimos um banho, contamos a história da viagem e tudo mais. Além do banho,
Andréia nos deu um ótimo quarto para dormir e ainda deixou usar o fogão para
fazer a janta. Agradecemos muito a ela, nos ajudou em um momento crucial.
Trocamos muitas ideias, ela estava sempre acompanhada do seu expertíssimo
filho, nos disse sobre suas viagens pelo
mundo e suas aventuras. Muito obrigado por tudo Andréia.
Acordamos pilhado e só pensávamos em chegar a Itacaré...
Um comentário:
° Já passei muitos feriados em Serra Grande.. tenho tantas recordações boas... Pena não ter conhecido Itacaré.. a famosa e falada! ;)
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