domingo, 1 de abril de 2012

Porto Seguro a Ilhéus


Nossa residência em Porto Seguro
Saímos de Arraial no sábado dia 11, atravessamos a balsa e depois fomos na busca do violão que estava sendo reformado. Chegamos à casa do luthiero e ele estava viajando, só voltaria segunda-feira. Tivemos que ficar em Porto Seguro esperando. Fomos direto para a barraca Sabor Goiano, onde o Renan tinha acabado de voltar para trabalhar no carnaval.


Eu e o Renan potocando
Ficamos muito bem alojados na companhia de Renan, Socó e Animal. A barraca era na praia, então dormíamos e acordávamos de frente pro mar. Todo dia na hora do almoço o Socó preparava um bom rango, sempre com muito pirão. Para não deixar a boca seca, comprávamos um litro de 51 (também conhecido como All Rigth) e alguns limões para cair na caipira.


Animal, Renan, Socó, Negão, André, Diego e Docinho
Buscamos o violão segunda de manhã, a tarde, depois de mais um almoço delicia e muito pirão, partimos subindo o litoral da Bahia. Primeiros passamos em Santa Cruz Cabrália e pegamos uma balsa para Santo André. Demorou um pouco para atravessarmos e a noite foi chegando. Descemos da balsa já no escuro e continuamos pedalar na esperança de chegar a Belmonte. Quando passamos pelo vilarejo de Santo Antônio decidimos que era melhor parar, dormir e seguir no outro dia. Conversamos com alguns moradores que nos indicaram uma escola bem tranquila para dormir. O lugar era suave, só que o banho foi realizado com um cano que descia pouca água vinda direto do mangue. Levantei cedo para buscar o pão e deixei André dormindo um pouco mais, comemos e logo estávamos na estrada novamente.


Coroa Vermelha

Santo Antônio
Chegamos a Belmonte cerca de 11 horas da manhã, para chegarmos em Canavieiras tínhamos que atravessar o rio em uma lancha. Tentamos negociar com o barqueiro para dar um desconto, não conseguimos muito, pagamos R$ 46,00 e fomos. O problema é que era exatamente tudo que tínhamos no bolso, o próximo lugar para tirar dinheiro era somente em Ilhéus, a 120 km dali.

Travessia em Canavieiras

Travessia em Canavieiras
Não esquentamos muito, depois de muito tentar conseguimos um almoço em Canavieiras. Depois fomos conhecer as praias para dar um tempo do almoço. A praia é extensa, com ondas e muitos coqueiros, é o começo da costa do cacau. Em toda costa do cacau as praias tem muitas ondas e a areia bem fina, deliciosa para se pisar. Descansamos um pouco e seguimos rumo a cidade de Una, a estrada estava bem plana mas o pessoal já avisava das subidas. Para quem pedalou 1600 km em Minas Gerais, no litoral não existe muitas subidas assustadoras, mesmo assim foi cansativo, chegamos a Una quase à noite e logo conseguimos um lugar para dormir, um posto de gasolina para variar. Sem dinheiro tentamos uma janta, mas não rolou, acabou que a moça nos deu um desconto e pagamos com cartão. Choveu a noite inteira, isso atrasou um pouco nossa saída, estávamos a 90 km de Itacaré, cidade que planejamos para o carnaval.



Praia em Canavieiras
Saímos cortando uma estrada com algumas serras e logo estávamos vendo o mar de novo, entramos em uma estrada plana e aceleramos para chegarmos nesse dia. No caminho passamos pela pequena e simpática Olivença, com mais alguns quilômetros já estávamos em Ilhéus. André parou na praia dos milionários e conseguiu um almoço em uma barraca chamada Narigas. O cara nos recebeu e nos tratou muito bem.
Depois do almoço descansamos um pouco e seguimos viagem. No meio da estrada, um carro buzinou e acenou para descermos da bike, pensamos que ele queria informação, na verdade era um ciclista morador de Ilhéus , trabalha com picolés e foi logo nos servindo. Depois de um conversa saudável e alguns picolés continuamos na estrada.
Olivença

Olivença

Cabana Narigas

Praia dos Milionários

Praia dos Milionários

Atravessar Ilhéus não foi fácil, o trânsito da cidade é movimentado, sem parar de pedalar íamos perguntando o caminho de Itacaré. Na saída de Ilhéus tem uma ciclovia de 10 km, depois de mais de 6 meses na estrada foi nossa primeira ciclovia na rodovia.

Ciclovia na saída de Ilhéus

Muita gente falava sobre uma cidade no caminho chamada Serra Grande, o nome não é por acaso, a cidade fica em cima da serra e tem um lindo mirante no caminho. Paramos para tirar algumas fotos e logo chegou um fusca com 5 pessoas; eram Adventistas que trabalham na recuperação de viciados em drogas. Um homem chamado Pascoal conversou muito conosco, disse que havia feito uma viagem de 700 km de bicicleta pela Bahia há 15 anos. Foi um ótimo encontro, nos deram frutas, um livro chamado A Grande Esperança e ainda nos compraram um adesivo.
Mirante em Serra Grande
Encontro saudável

Veio a noite e o pessoal seguiu viagem, nós também, continuamos subindo para Serra Grande, decidimos que era melhor continuar depois de uma noite de descanso. A cidade é pacata e o clima muito agradável. Estávamos morrendo de fome e fomos atrás de uma janta, não conseguimos encontrar um restaurante aberto e a dona de um restaurante fechado nos indicou uma mulher que podia nos ajudar.
Era a Andréia, dona da pousada Wunderbar, chegamos e pedimos um banho, contamos a história da viagem e tudo mais. Além do banho, Andréia nos deu um ótimo quarto para dormir e ainda deixou usar o fogão para fazer a janta. Agradecemos muito a ela, nos ajudou em um momento crucial. Trocamos muitas ideias, ela estava sempre acompanhada do seu expertíssimo filho,  nos disse sobre suas viagens pelo mundo e suas aventuras. Muito obrigado por tudo Andréia.


Acordamos pilhado e só pensávamos em chegar a Itacaré...


Um comentário:

Lua° disse...

° Já passei muitos feriados em Serra Grande.. tenho tantas recordações boas... Pena não ter conhecido Itacaré.. a famosa e falada! ;)