quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Araguaína


Hotel Relicário - Araguaína
Enfim cheguei a Araguaína no melhor hotel da cidade, o Hotel Relicário. Arrumei minhas coisas, tirei todas as bagagens da bike, pesquisei as melhores lojas de bicicleta da cidade e segui para lá. A bike estava muito pesada e nas duas primeiras lojas não tinham o que eu queria. Acabei em uma oficina de um cara muito bacana que me ajudou com algumas peças. Ele me deu o parafuso original que conecta a gancheira no quadro e também me deu uma roldana nova do câmbio e o eixo do cubo traseiro novinho. Fui em outra loja para eles trocarem as esferas do cubo e colocar o novo eixo, e percebi que na verdade o que deixou minha bike pesada nem foi o movimento central como eu achava, e sim a cabeça do parafuso da gancheira pegando na catraca. Saí da loja muito feliz pois tinha conseguido arrumar tudo com R$ 10,00 e estava com a bike zerada. Voltei para o Hotel para aguardar o Diego no total conforto do Relicário.

Hotel Relicário - Araguaína

Hotel Relicário - Araguaína

O Diego só foi chegar depois das 20:00h muito cansado e dizendo que foi o pedal mais difícil de sua vida. Tinha pensado até em pegar carona pelo caminho, estava mais de duas semanas sem pedalar e tinha sentido o baque de voltar para a estrada com intensidade de 110 km. No outro dia o café da manhã foi um espetáculo gastronômico, e nos deixou prontos para pegar viagem. Saímos já tarde pois o tempo estava nublado e o sol não nos atingia diretamente. Pedalamos os primeiros 38 km e paramos em um restaurante muito bom. O cheiro de pequi tomava conta do local e foi nostálgico comer o velho caroço do Goiás.

Voltando pra estrada
Retornamos a labuta e pedalamos mais uns 20 km em um ritmo bom até que “crreck!” A gancheira quebrou e o câmbio traseiro foi parar no meio da roda todo torto e sem a roldana. Retirei o câmbio deitei a bike e vi que a única coisa que podia fazer era diminuir a corrente e colocá-la em uma marcha intermediária para chegar ao próximo posto. A chave de corrente que comprei era horrível e fiz muita força para tirar o primeiro gomo. Peguei a velha chave do Diego que embora torta e enferrujada, necessitava menos força para a operação. Arrumei a corrente e felizmente estávamos á 5 km de um posto excelente, diga-se de passagem, o melhor que passamos.

Concertando a bike

Sofrimento tem limite
 Tomamos um banho em um ambiente bem limpo, lanchamos e tentamos algumas caronas, uma inclusive com o dono de uma caminhonete Hilux que disse que embora tivesse gostado do nosso projeto, sua caminhonete imensa estava lotada e ele nada podia fazer. Quando ele foi embora vimos que só tinha uma pessoa atrás e achamos melhor dormirmos e tentar as caronas no dia seguinte. Nem armamos a barraca, envolvemos todas nossas coisas com a lona e caímos no sono rapidamente. Acordamos em um dia nublado e o posto bastante movimentado. Lanchamos e ficamos perto das bombas diesel vendo os caminhões que chegavam para depois abordá-los.

Em busca da carona perfeita

Waiting for the truck

Posto de gasolina
O primeiro que conversei me disse que tinha que ligar para a central pois o caminhão era rastreado e era preciso uma ligação para eles destravarem o baú e a porta do passageiro. Imaginei que não ia dar em nada e continuei a luta. Depois de outras tentativas fracassadas o primeiro caminhoneiro que abordei me chamou e disse que o baú estava aberto para nós. Que massa! Colocamos as bicicletas na traseira e seguimos em direção a Palmas. O Joaquim caminhoneiro há 15 anos, nos disse que não gostava muito da profissão. Estradas ruins, muitos acidentes, muito tempo longe da família, e por que o caminhoneiro não tem uma boa imagem perante a sociedade. Gostava muito de conversar e ás vezes revezávamos na conversa eu e o Diego, hora um no assunto hora outro na pestana.

No caminhão do Joaquim
Paramos para almoçar em um restaurante beira de estrada, e a pedida foi um Chambari, canela de vaca num balde de gordura. Horrível! Terminamos o alimento entramos no caminhão e seguimos até o trevo de Paraíso do Tocantins, onde o Joaquim fez questão de nos deixar dentro da rodoviária. O ônibus estava quase saindo e corri para segurá-lo enquanto eles desciam a bicicleta. Colocamos as bikes no bagageiro, despedimos de nosso companheiro e fui dormindo até Palmas...

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