segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Viajar




É sair do lugar,comum. É observar-se em novas situações, agindo de forma inusitada. Quando eu saio de minha casa, deixo pra tráz qualquer previsão acertada e mergulho em tudo. As placas das ruas são novas pra mim. O caderno 2 é o diagnóstico cultural e quanto mais pesado, mais a viagem pode durar.
As pessoas buzinam e não é pra você, podes ouvir seu nome mas não é o  seu. As festas que acontecem, não fois convidado e podes até dar uma cambalhota no ar sem julgamento. As coisas não são nem mais nem menos difíceis. São inéditas! O começo de uma nova referência com o seu lar e as colecionando bem, vais gradativamente desamarrando seus nós para poder esticar as cordas um pouco mais. Não sei se elas conseguem atravessar o Atlântico, mas um dia vou saber.
Hoje sei que o Brasil é o país mais plural do mundo que conheço. Você atravessa uma serra e encontra pessoas que não falam a mesma língua, se muito o português brasileiro e com tantas diferenças poéticas, fonéticas e semânticas que podemos perceber com os ouvidos as infinitas diferenças de nosso povo.
Em nossos olhos projetam-se cores diferentes de novos sorrisos, de novos habitats e em nossa pele o sol o sal o vento e a chuva. A combinação aritimética destes elementos resultam nas infinitas viagens que podemos fazer. E quanto mais andamos, mais desescolhemos outros infinitos universos e aquela famosa frase: " Sei que nada sei." , se torna cada vez mais robusta.
Despedir-se de um local é o devolver ao mundo, mas ele nunca foi seu. E nem podes querer que seja! Esta seria uma grande mentira, a maior de todas já contadas. Então é melhor que voltes de sua jornada ou mantenha-se jornando até o fim. No meio de uma viagem não se conhece a chegada.

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