terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Caxambu - Pouso Alto (Hotel Serra Verde) - Vila do Embaú - Cunha



Caxambu
Ao sairmos de São Thomé das letras pegamos o caminho errado e perdemos uns 5 km em um terreno muito difícil. Mais a frente o Mindu percebeu que sua capa impermeável que protegia sua mochila tinha caído. Voltou uns 3 km e não a achou, o que atrasou e também aumentou mais os km pedalados daquele dia.
Mais a frente resolvemos pegar uma carona com um caminhão que carregava pedra para acelerar o processo, queríamos chegar á Caxambu naquele dia sem falta. No meio do caminho o caminhão parou para todos encherem os bolsos, ou as camisetas dobradas como uma pochete, de jaboticabas. Eles nos deixaram á 20 km de descida de Caxambu.
Carona em caminhão carregando pedra
Carona 
Fizemos em quase 30 minutos em uma descida intensa. Chegamos em um posto, conseguimos a janta como prêmio pelo dia cansativo e dormimos no fundo, dentro da barraca. No outro dia acordamos, lanchamos em uma padaria de um cara que simpatizou com nosso projeto e então chegamos ao famoso Parque das Águas de Caxambu.

Parque das águas Caxambu

Parque das águas Caxambu

Parque das águas Caxambu
 12 fontes diferentes de águas minerais com características diversas para a boa manutenção de diferentes órgãos do nosso corpo. Algumas águas eram excessivamentes gasosas outras com gosto forte de ferrugem e segundo uma visitante assídua do parque: "é necessário no mínimo uma pausa de 15 mimutos entre um gole e outro." Acho que caminhando de uma fonte para outro levávamos no máximo 5 minutos.

Parque das águas Caxambu

Fonte - Parque das águas

Fonte D. Pedro
Fonte D. Pedro

Fonte Myrink

Fonte Myrink

Enchendo o cantil
Recheado por pessoas da terceira idade o parque é considerado um dos parques com a maior diversidade de fontes de água do mundo. Em 1868 a Princesa Isabel junto com seu marido, o Conde d’Eu, foram atraídos para a cidade de Caxambu pela enorme fama de suas águas curativas. A princesa queria ser curada de sua infertilidade. Como algumas das Fontes de Água Mineral são ricas em ferro, a princesa curou sua anemia, conseguiu engravidar e presenteou a cidade com a Igreja de Santa Isabel.

Parque das águas Caxambu
Saímos com cada cantil com um tipo de água, almoçamos e seguimos para Pouso Alto. Sabíamso que tínhamos a possibilidade de dormir em um hotel bacana na cidade, indicação de nosso grande amigo de Tiradentes, o Thi. Tentei, sem exagero, 7 orelhões para conseguir fazer uma ligação para ele, e um inclusive engoliu meu cartão. Depois desta odisseia comunicacional, não consegui falar nem com ele nem com sua mulher. Seguimos mesmo assim esperançosos em uma segunda tentativa já na cidade.

Subindo
Subimos uma bela serra mais a maior parte do caminho é descida e o término da viagem foi numa lanchonete com suco de laranja á vontade. Maravilha C! Conseguimos falar rapidamente com Thi pelo celular e ele disse para ligarmos para ele novamente da recepção. Pedimos informação sobre o hotel na lanchonete e como todos sabiam a sua direção concluímos ser um bom hotel, mas não sabíamos que seria tão legal.

Hotel Serra Verde - Pouso Alto
Chegamos á portaria após uma subida íngreme pois o hotel fica numa posição privilegiada da cidade em um ponto mais alto, por onde passava a verdadeira estrada real, segundo o dono. Chegamos ao saguão de uma madeira rústica pesada, com uma decoração muito especial. Conversamos com a atendente e esperamos o dono chegar. O Carlos André foi muito simpático e nos concedeu uma cortesia de uma noite, com direito a jantar, almoço e café da manhã. Quando entramos no quarto, cansados e com a missão comprida,

Chegada no quarto - Hotel Serra Verde
parecíamos dois moleques que ganharam o maior presente do mundo. Banho quente, toalha nova, cama de primeira, ar-condicionado, televisão, jantar, café da manhã e almoço deliciosos. Coisas que em uma viagem deste tipo, você começa a dar muito valor. Dormir no Hotel Serra Verde, foi uma experiência sem igual.

Restaurante - Hotel serra Verde
Café da manhã - Hotel Serra Verde
Área externa - Hotel Serra Verde    
Eucaliptos - Hotel Serra Verde
No outro dia conhecemos toda a propriedade do Hotel Fazenda, almoçamos bastante e seguimos viagem em direção á Serra da Mantiqueira. Subimos em um ritmo bom e após 40 km estávamos na divisa dos estados de MG e SP.

Serra da Mantiqueira
Descendo a Serra da Mantiqueira
 Foram 1600 km apenas em Minas Gerais, um estado muito rico, muito acolhedor, cheio de serras e com uma paisagem natural maravilhosa. Maior do que a França, Minas Gerais é o estado com o maior número de municípios do Brasil, 853. É engraçado andar 10 km e chegar em outra cidade com mais de 300 anos e muitas vezes tão pequena. Após o auge da mineração boa parte de minas foi esquecida, mas sua história continua viva nestes inúmeros povoados mineiros. Foi uma importante conquista para o nosso projeto e logo iríamos ver o mar pela primeira vez.


Fizemos uma filmagem, eu salvei um carro de um acidente pois não estava engrenado e começou a descer em direção a outro. Corri e puxei o freio de mão, a mulher achou que ia levá-lo pra casa! Descemos os 20 km da serra em 12 minutos. Foi a etapa mais rápida da viagem até então. Chegamos em uma ponte quebrada e tivemos que passar as bikes uma por uma contra a correnteza.

A ponte do rio que caiu
Após alguns minutos de discussão resolvemos montar acampamento no pasto de uma fazenda. Dormimos bem, perto de vacas e cavalos que comeram capim a noite inteira só para não nos deixar dormir. Volta e meia um de nós saia da barraca para afugentá-los, mas como a grama do vizinho é a mais verde, logo elas voltavam a comer perto da gente.
Dia 21 de novembro acordamos ás 06:30h e tínhamos sido convidados para um café da manhã na casa de um morador que nos viu atravessar o rio. Chegamos á casa de Celso. Bem gentil, ele saiu de moto para comprar pão pra gente. Tomamos leite, com nosso mix de proteína de soja, granola, farinha láctea e aveia, comemos pão com manteiga e seguimos acelerado para Cunha.

Café da manhã com Celso e sua mãe -Vila do Embaú
Pegamos cerca de 15 km de Dutra e seguimos em  um pique acelerado até chegarmos no trevo para virar para Cunha. Paramos em um restaurante para pegarmos água e conseguimos a informação de que seriam 50 km de muita subida até Cunha e o próximo restaurante ficava a 20 km.
Bica - Estrada paras Cunha
No sol de quase meio dia isto é um grande problema. Ainda mais que tive que trocar um raio no meio deste caminho. Subimos uma serra de 9km e o cansaço físico realmente intensificou bastante. Pegamos uma rabeira em um caminhão e eu fiquei logo atrás sem poder ver o caminho e largamos quando ele pegou mais velocidade em uma peque na descida falsa, antes de mais subida. Sorte que achamos uma bica para jogarmos água no corpo e esfriar um pouco para subir mais 2km até a entrada do restaurante que estava fechado.

Restaurante Churrascaria da Serra - Estrada para Cunha
Subimos a ladeira do restaurante com a última gota de energia e fomos ao fundo do estabelecimento. Conversamos com o dono que apesar de estarem fechados nos disponibilizou um almoço e até uma sobremesa especialmente criada por sua mãe. Um delicioso pudim de clara; tudo que precisávamos para preencher o estoque de glicose.

André, Diego, o dono e o pai
Após o almoço descansamos um pouco e rodamos os 27 km finais para chegar enfim na cidade de Cunha, a última antes do Estado do rio de Janeiro. Foi uma pedalada bem puxada mas a ansiedade de chegar no mar dava a energia necessária. Tomamos banho no posto, fizemos acampamento debaixo de um rancho com materiais de construção, jantei Herbalife e dormi.

Quarto de dormir - Cunha
Sofrimento tem limite

No outro dia pegamos a famosa serra para Paraty...





Um comentário:

Loja Nerea disse...

Muito bacana sua viagem, espero que no futoro vocês participem de nossa corrida de aventura.

Abraços

Equipe loja nerea