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Chegando em Angra |
Fizemos a primeira pedalada no nível do mar e rendeu muito.
100 km em menos de 6 horas. Acostumados com as ladeiras mineiras infinitas,
vamos conseguir velocidades médias de 20 km/h em viagens de 4 a 5 horas. O
problema é o vento contra, que pode aumentar em quase 20% o tempo da viagem.
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Usinas Nucleares Angra I e II |
Nossa primeira parada foi em uma mina d´água em frente às
Usinas Nucleares Angra 1, Angra 2 e a construção da terceira. Ficamos no ponto
de um ônibus conversando com os operários da obra. Um quebrava a pedra, outro
transportava para o último assentá-la nas camadas de proteção do local de
enriquecimento do urânio. Segundo eles nem um atentado com um Boeing ou catapulta
de dinamite é capaz de causar um acidente nuclear. Que meda!
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Operários da Angra III |
Seguimos em ritmo acelerado, paramos para um almoço rápido e
fizemos a digestão pedalando mais devagar. Percebemos um cheiro forte de merda
em algumas partes da estrada, coisa que não sentimos nos 1600 km pelo estado
mineiro. O Rio de Janeiro é o terceiro menor estado do país com o segundo PIB e mais de 15 milhões de pessoas potencialmente propensas a fazer cocô nas poucas estradas
movimentadas. E fora que também conta com um arsenal turístico que esbarra
sempre na ética da boa convivência social.
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Rodovia carioca |
Chegamos numa
loja náutica de uma amiga da Kátia que nos foi indicada para deixarmos nossas
bicicletas e então pegar um barco para Ilha Grande. Subimos todas nossas coisas
para o andar superior da loja e selecionamos nossa bagagem para levarmos. Nos
despedimos dos vendedores e fomos ao porto.
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Loja náutica |
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Porto de Angra dos Reis |
La descobrimos que poderíamos ir no
Catamarã no outro dia, ou então torrarmos dinheiro em um barco particular.
Teríamos então que arranjar abrigo gratuito. Passamos em um supermercado e
acabamos conversando com um nordestino que tentaria arranjar a casa de um amigo
para dormirmos. Depois de um lanche e um violão com um músico evangélico o cara
deu o sinal vermelho, não conseguiu a casa. Nos mostrou um local onde dormia
mendigos mas não pretendíamos perder nossas coisas e daí seguimos para tentar
uma cortesia com alguma pousada.
Após umas dez tentativas percebemos que seria
difícil e cogitamos até pernoitar no asfalto mas quando passamos novamente na
frente da primeira pousada que paramos para sentarmos no banco da praça, o
tomante de conta do local nos acenou. Ele
disse que poderia nos ajudar nos colocando em um quarto com uma cama pelo preço
de uma pessoa. Não era o ideal mas resolvia o nosso problema no sentido de
apagar de um dia para outro.
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Praça central - Angra dos reis |
Acordamos ás
06:00h, tomamos lanche na praça e fomos para o porto tentar alguma forma
alternativa de chegarmos em Ilha Grande. Tentamos ser transportados junto com
cimento e areia, mas o dono do barco enfatizou bem a impossibilidade de
qualquer solidariedade para conosco. Um
motorista baiano de outro barco disse que poderíamos tentar falar com o dono que
nunca chegou e por fim zarpamos em um barco turístico com passagens de nativo.
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Mudança do tempo |
Fizemos um
som, conhecemos umas chilenas e tivemos que emprestar as blusas de frio para
elas, pois o tempo mudou de repente e começou a cair um pé d´ água. Conhecemos
um argentino que estava morando na ilha há 6 meses e era gerente do Hostel Che
Lagarto de lá. Ele nos disse que iria tentar nos ajudar já que já tínhamos nos
hospedado na filial em Paraty. Chegamos na ilha molhados e partimos para o
Hostel. A luz tinha acabado e eles estavam resolvendo problemas imprevistos e
demoraram um pouco para liberarem nossa estadia.
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Chove chuva |
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careca curioso |
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Che Lagarto - Ilha Grande |
Quando entro
no quarto dou de cara com duas inglesas com glândulas mamárias artificiais e grandes, de toalha, que não se incomodaram com
minha presença. Arrumamos nossas coisas, tomamos um banho e descemos para tomar
umas catuabas e esperar o churrasco argentino do pessoal que nos convidou.
Sentamos na
mesa de um casal de uma alemã com um espanhol
que trabalhavam em uma empresa de energia solar e treinamos nosso
inglês magro.
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Na mesa segurando vela |
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Mindu violeiro |
Depois da banda se despedir, começamos a tocar um violão bem animado e
nos juntamos todos em torno da música especialmente brasileira. Foi uma noite
sensacional sem luz elétrica e com muita energia positiva de interação. Depois
dali demos uma volta pela praia com os argentinos do hostel e depois fomos
conhecer a cidade que não acordou devido a chuva.
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Ilha Grande demais |
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chove sem parar |
Conhecemos um sueco que
morava na ilha a pouco tempo trabalhando com entretenimento. Ele disse que para
visitar seu país era possível apenas em 3 meses do ano. No inverno tem épocas que nem mesmo o
aeroporto funciona. Ele dizia que moramos no paraíso e não sabíamos.
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Amigo sueco |
Fomos dormir
e no outro dia seguiria para o Rio enquanto o Diego ficaria na ilha um pouco
mais.
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