quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Angra dos Reis - Ilha Grande



Chegando em Angra

Fizemos a primeira pedalada no nível do mar e rendeu muito. 100 km em menos de 6 horas. Acostumados com as ladeiras mineiras infinitas, vamos conseguir velocidades médias de 20 km/h em viagens de 4 a 5 horas. O problema é o vento contra, que pode aumentar em quase 20% o tempo da viagem.

Usinas Nucleares Angra I e II
 Nossa primeira parada foi em uma mina d´água em frente às Usinas Nucleares Angra 1, Angra 2 e a construção da terceira. Ficamos no ponto de um ônibus conversando com os operários da obra. Um quebrava a pedra, outro transportava para o último assentá-la nas camadas de proteção do local de enriquecimento do urânio. Segundo eles nem um atentado com um Boeing ou catapulta de dinamite é capaz de causar um acidente nuclear. Que meda!

Operários da Angra III
Seguimos em ritmo acelerado, paramos para um almoço rápido e fizemos a digestão pedalando mais devagar. Percebemos um cheiro forte de merda em algumas partes da estrada, coisa que não sentimos nos 1600 km pelo estado mineiro. O Rio de Janeiro é o terceiro menor estado do país com o segundo PIB e mais de 15 milhões de pessoas potencialmente propensas a fazer cocô nas poucas estradas movimentadas. E fora que também conta com um arsenal turístico que esbarra sempre na ética da boa convivência social.

Rodovia carioca
Chegamos numa loja náutica de uma amiga da Kátia que nos foi indicada para deixarmos nossas bicicletas e então pegar um barco para Ilha Grande. Subimos todas nossas coisas para o andar superior da loja e selecionamos nossa bagagem para levarmos. Nos despedimos dos vendedores e fomos ao porto.

Loja náutica

Porto de Angra dos Reis
 La descobrimos que poderíamos ir no Catamarã no outro dia, ou então torrarmos dinheiro em um barco particular. Teríamos então que arranjar abrigo gratuito. Passamos em um supermercado e acabamos conversando com um nordestino que tentaria arranjar a casa de um amigo para dormirmos. Depois de um lanche e um violão com um músico evangélico o cara deu o sinal vermelho, não conseguiu a casa. Nos mostrou um local onde dormia mendigos mas não pretendíamos perder nossas coisas e daí seguimos para tentar uma cortesia com alguma pousada.
 Após umas dez tentativas percebemos que seria difícil e cogitamos até pernoitar no asfalto mas quando passamos novamente na frente da primeira pousada que paramos para sentarmos no banco da praça, o tomante de conta do local nos acenou.  Ele disse que poderia nos ajudar nos colocando em um quarto com uma cama pelo preço de uma pessoa. Não era o ideal mas resolvia o nosso problema no sentido de apagar de um dia para outro.

Praça central - Angra dos reis
Acordamos ás 06:00h, tomamos lanche na praça e fomos para o porto tentar alguma forma alternativa de chegarmos em Ilha Grande. Tentamos ser transportados junto com cimento e areia, mas o dono do barco enfatizou bem a impossibilidade de qualquer solidariedade para conosco.  Um motorista baiano de outro barco disse que poderíamos tentar falar com o dono que nunca chegou e por fim zarpamos em um barco turístico com passagens de nativo.

Mudança do tempo
Fizemos um som, conhecemos umas chilenas e tivemos que emprestar as blusas de frio para elas, pois o tempo mudou de repente e começou a cair um pé d´ água. Conhecemos um argentino que estava morando na ilha há 6 meses e era gerente do Hostel Che Lagarto de lá. Ele nos disse que iria tentar nos ajudar já que já tínhamos nos hospedado na filial em Paraty. Chegamos na ilha molhados e partimos para o Hostel. A luz tinha acabado e eles estavam resolvendo problemas imprevistos e demoraram um pouco para liberarem nossa estadia.
Chove chuva

careca curioso

Che Lagarto - Ilha Grande
Quando entro no quarto dou de cara com duas inglesas com glândulas mamárias artificiais e grandes, de toalha, que não se incomodaram com minha presença. Arrumamos nossas coisas, tomamos um banho e descemos para tomar umas catuabas e esperar o churrasco argentino do pessoal que nos convidou.
Sentamos na mesa de um casal de uma alemã com um espanhol  que trabalhavam em uma empresa de energia solar e treinamos nosso inglês magro. 

Na mesa segurando vela

Mindu violeiro
 Depois da banda se despedir, começamos a tocar um violão bem animado e nos juntamos todos em torno da música especialmente brasileira. Foi uma noite sensacional sem luz elétrica e com muita energia positiva de interação. Depois dali demos uma volta pela praia com os argentinos do hostel e depois fomos conhecer a cidade que não acordou devido a chuva.

Ilha Grande demais

chove sem parar
 Conhecemos um sueco que morava na ilha a pouco tempo trabalhando com entretenimento. Ele disse que para visitar seu país era possível apenas em 3 meses do ano.  No inverno tem épocas que nem mesmo o aeroporto funciona. Ele dizia que moramos no paraíso e não sabíamos.

Amigo sueco

Fomos dormir e no outro dia seguiria para o Rio enquanto o Diego ficaria na ilha um pouco mais.